"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





domingo, 25 de maio de 2014

Armeria welwitschii Boiss.

Nomes comuns: 
Erva-divina; raiz-divina; erva-do-curvo

Armeria welwitschii é uma espécie perene que pertence ao género Armeria, um dos 25 géneros que formam a família Plumbaginaceae.

A maioria das espécies deste género é nativa da região mediterrânica havendo algumas espécies que se estendem pelo litoral europeu, mais a norte. É um género de grande dificuldade taxonómica, rico em espécies e subespécies, o que parece dever-se à facilidade com que algumas destas espécies hibridam naturalmente entre si. As Armeria colonizam as areias das dunas e as arribas rochosas onde as condições climáticas são bastante adversas, sujeitas aos ventos marítimos carregados de sal. Para tal desenvolveram características morfológicas e fisiológicas que as tornam resistentes ao sol intenso, à escassez de água, à falta de nutrientes, às tempestades de inverno, e aos ventos dissecantes de verão.

Para diminuir a transpiração estas espécies possuem raízes profundas para captar água em grande profundidade e as suas folhas, de reduzidas dimensões (para minimizar as perdas de agua através da transpiração), estão dispostas em forma de bola, o que as ajuda a resistir aos ventos fortes.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Botânica, através do portal Flora-on, em Portugal existem 22 espécies autóctones, sendo que 9 espécies são endémicas de regiões específicas do nosso pais e muitas das restantes endémicas da Península Ibérica. Veja AQUI
De notar a espécie Armeria berlengensis que é endémica das ilhas Berlengas, bem perto da Lourinhã.
A espécie Armeria welwitschii é um endemismo da faixa litoral que vai do Cabo Mondego até Cascais. Segundo a Flora Ibérica esta espécie foi provavelmente originada por hibridação da Armeria pungens com Armeria berlengensis (espécie acima referida).
Depois de secas as flores assumem uma textura semelhante ao do papel e permanecem na flor durante muito tempo, protegendo os pequenos frutos enquanto se formam e amadurecem.
Armeria welwitshii forma um pequeno arbusto que pode chegar aos 40 cm de altura. Tem base lenhosa e ramificada, produzindo novos caules todos os anos, junto ao colo da raiz.
As folhas são todas basilares, simples, eretas e rígidas, lineares, escavadas longitudinalmente em forma de canal estreito e recurvadas para fora.

As inflorescências formam-se no ápice de longos escapos florais, eretos e avermelhados, constituindo capítulos densos em que múltiplas pequenas flores se apertam. 

O conjunto das flores de cada inflorescência é rodeado e protegido por um invólucro formado por 10 a 14 brácteas, longas e de cor acastanhada, em que as exteriores se sobrepõem às internas. De notar que nas espécies do género Armeria a morfologia das brácteas é muito importante para a diferenciação e identificação das espécies.

Cada uma das pequenas flores que formam o capítulo tem cinco pétalas afuniladas que exibem uma coloração rosada. São flores perfeitas, ou seja, estão providas de órgãos reprodutores masculinos e femininos. São polinizadas por insetos e florescem desde o fim do inverno até ao verão.

Fotos - Dunas do Areal Sul / Areia Branca - Lourinhã




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