Erica scoparia subsp. scoparia |
Porém, existem outras
espécies de urzes que assumem um porte bastante mais avantajado, podendo atingir entre
3 a 7 m de altura, consoante a espécie. Estão neste caso Erica arborea, Erica lusitanica,
Erica australis e Erica Scoparia.
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia vegeta nos mesmos ambientes que Erica arborea com a qual é muitas vezes confundida e da qual se diferencia, sobretudo pelo seu tamanho mais modesto. Em E.scoparia os ramos jovens são glabros mas em E.arborea estão cobertos com densos pelos ramificados ou denticulados. A diferença mais visível reside na floração branca, densa e vistosa de E. arborea, ao contrário de Erica scoparia cuja floração é mais modesta.
Erica arborea - Fonte Wikipedia/ Foto de Xemenendura |
- Subespécie scoparia, ocorre na zona ocidental do Mediterrâneo (sul da Europa e
norte de África).
- Subespécie azorica, endémica dos Açores.
- Subespécie maderincola, endémica da Madeira.
- Subespécie platycodon, endémica das Canárias.
Morfologicamente, as subespécies de Erica scoparia são muito semelhantes. As
diferenças refletem-se no tamanho das folhas, tamanho e cor das
flores, mas sobretudo, no tamanho e forma dos frutos e das sementes.
NOTA:
NOTA:
Na generalidade, subespécies são populações de uma
mesma espécie que diferem entre si quanto a determinadas características mas
não, ainda, as suficientes para serem consideradas espécies diferentes.
A formação das subespécies
ocorre quando acontece um isolamento geográfico de populações de uma mesma
espécie, deixando de haver trocas de genes entre elas. Obrigadas a adaptarem-se
a diferentes condições ambientais, as populações adquirem características
próprias, mais adequadas ao novo habitat, ao mesmo tempo que sofrem mutações
que as vão tornando geneticamente diferentes. As subespécies continuam a ter a
capacidade de se cruzarem, produzindo descendentes férteis. Este processo
demora milhões de anos e a evolução é permanente. Se, e quando, essas alterações
genéticas tornarem as subespécies reprodutivamente incompatíveis, ter-se-ão
transformado em novas espécies. Ou seja, as subespécies representam uma etapa de
transição na formação de novas espécies.
Foi há milhões de anos que as sementes de
Erica scoparia chegaram às ilhas da Macaronésia, vindas da bacia mediterrânica.
A forma como lá chegaram é ainda pouco conhecida. Contudo, conhecem-se certas
rotas ou trilhos, entretanto desaparecidos, e que podem ter permitido que tantas espécies tenham chegado aos arquipélagos de Açores, Madeira e Canárias. Há muito que esses
trilhos desapareceram, em virtude das alterações registadas na disposição dos
mares e continentes, nomeadamente, a separação da África do norte do sul da Europa, a abertura do Mediterrâneo ao Atlântico através
do estreito de Gibraltar, a submersão progressiva de várias ilhas atlânticas que
serviam de escala e ainda a desertificação do Sahara, que antes era uma
região de florestas. Foram, assim, criadas barreiras geográficas que levaram ao desaparecimento de rotas que durante milhões de anos
tinham funcionado como passagem e através das quais, importantes grupos de espécies
se vieram a estabelecer nas ilhas atlânticas, não só a partir do Mediterrâneo mas também da África do sul.
Mapa dos territórios incluídos na chamada Macaronésia.
Macaronésia é o nome que
designa uma região biogeográfica de particular riqueza botânica que inclui os arquipélagos
dos Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde e ainda uma faixa costeira do
noroeste de África. Estas regiões apresentam ecossistemas únicos e uma elevada
diversidade de espécies e endemismos. A Macaronésia não foi seriamente afetada pelas
sucessivas alternâncias climatéricas de grande impacto do período quaternário, pelo
que muitas espécies extintas na Europa continental conseguiram sobreviver nos territórios
da Macaronésia. Muitas dessas espécies fazem parte do que resta das florestas Laurissilva, recheadas de
verdadeiras relíquias.
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Erica scoparia
subsp. scoparia L.
Nomes comuns:
Urze-das-vassouras; vassoura; urze-durázia; moita-alvarinha.De forma geral, Erica scoparia subsp.scoparia distribui-se como autóctone pelo sul da Europa (Portugal, Espanha, sul de França e Itália) e África do norte.
Distribuição de Erica scoparia subsp.scoparia em Portugal continental. Fonte: Flora Digital de Portugal UTAD |
Esta subespécie pode encontrar-se desde as areias costeiras até 900 m de altitude.
Medra em matagais, clareiras e orlas dos bosques onde rivaliza com outras
espécies amantes de solos siliciosos mas não excessivamente ácidos,
nomeadamente outros tipos de urzes, tojos, estevas, roselhas, giestas e rosmaninhos. Embora
suportem alguma seca, desenvolvem-se melhor em substratos com alguma humidade.
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia subsp. scoparia |
O cálice
é formado por 4 sépalas ovadas e glabras.
Erica scoparia subsp. scoparia |
Erica scoparia subsp. scoparia |
Os
frutos são cápsulas que se abrem através de 4 valvas.
Erica scoparia
subsp. azorica (Hochst. ex Seub.) D. A. Webb
Nomes comuns:
Esta subespécie de E.scoparia é endémica dos Açores, estando presente em todas as ilhas,
ocorrendo desde o nível do mar até aos 2000 m de altitude.
É um arbusto de
porte arbóreo que no seu apogeu pode atingir mais de 5 m de altura, embora seja
difícil encontrar colónias de espécimes antigos por ser muito utilizada como
combustível e para fazer carvão. Encontra-se predominantemente nas encostas rochosas costeiras. A
sua presença é de suma importância como reconstrutora florestal, sendo uma das
primeiras espécies arbóreas a recolonizar áreas sem vegetação, principalmente
acima dos 500 m de altitude.
Esta subespécie está protegida pela Convenção de Berna e pela Directiva Habitats.
Esta subespécie está protegida pela Convenção de Berna e pela Directiva Habitats.
Erica scoparia subsp. azorica. Fonte:Portal SIARAM |
Comunidade pioneira de Erica scoparia subsp. azorica. Fonte: Centro de Ciência de Angra do Heroísmo |
[(sinonimo: Erica platycodon subsp. maderincola (D.C.McClint.) Rivas Mart.
& al.]
Nomes comuns:
Urze-das-vassouras;
urze durázia
Esta subespécie é
endémica da ilha da Madeira (rara em Porto Santo), muito comum nas comunidades
de substituição nas florestas Laurissilva, sendo uma das espécies mais
utilizadas no restauro de áreas ardidas onde aparece associada a Erica arborea,
entre muitas outras espécies. É uma planta de altitude, crescendo
principalmente acima dos 1000 m nos solos pedregosos das encostas rochosas,
resistente ao vento e às amplitudes térmicas.
Erica scoparia subsp. platycodon (Webb & Berthel.) A.Hansen & G.Kunkel
Nome comum : Tejo
Esta subespécie é endémica das
Canárias onde cresce em altitude, entre os 800 e os 1100 m, nas encostas mais
escarpadas e batidas pelos ventos húmidos dominantes em La Gomera e Tenerife.
Fotos de Erica
scoparia subsp. scoparia: Serra do Calvo/Lourinhã