Cordeirinhos-da-praia; Atanásia-marítima
Nesta altura do ano, o tom
predominante na natureza parece ser o amarelo, os campos sarapintados de
pequenas flores, quais pequenos sóis anunciando finalmente o verão. Há flores
amarelas de todos os tamanhos, mais ou menos vistosas. Mas, indiferentes a esse
facto, sem vaidades ou vãs rivalidades, todas elas se concentram na sua
missão que é a de florescer e frutificar, para perpetuar a espécie.
A Otanthus maritimus é uma das tais
espécies que prima pela aparente modéstia das suas inflorescências, destacando-se
sobretudo pela cor da sua folhagem. Pertence ao género Otanthus o qual se
inclui na família das Asteraceae, também conhecida por Compositae, uma das
maiores famílias botânicas.
A Othanthus maritimus distribui-se por
toda a região mediterrânica, oeste europeu e ilhas britânicas.
Podemos
encontrá-la colonizando não só as dunas primárias mas também as areias do
litoral, mesmo sobre a linha da praia.
Esta espécie está por vezes ameaçada pela concorrência com os banhistas e as
respectivas infraestruturas usadas para
fins balneares.
Esta é o que se chama uma espécie xerófila
pois está perfeitamente adaptada aos climas secos, podendo viver com pequenas
quantidades de água. Mas também é uma planta psamófila pois requer
especificamente solos arenosos, de preferência com algum teor de acidez. Tendo
em conta as condições difíceis a que está sujeita no seu habitat, nomeadamente
a falta de água e de nutrientes, excesso de luminosidade e ventos fortes
carregados de partículas de sal, a planta desenvolveu algumas adaptações como
veremos a seu tempo.
A Otanthus maritimus é uma planta
perene, aromática, que forma um arbusto robusto de pequenas dimensões,
rizomatoso, isto é provido de numerosos caules subterrâneos horizontais dos
quais despontam novos caules. Toda a planta está densamente coberta por um
indumento de pelos longos e brancos, com textura semelhante a algodão que
refletem a luz e formam uma espécie de caixa de ar, protegendo a planta do
excesso de luminosidade.
Os caules, que podem chegar aos 50 cm de altura são ascendentes, carnudos, lenhosos apenas na base.
São providos de
numerosas pequenas folhas carnudas, sem pecíolo e como que abraçadas ao caule,
dispostas de forma alternada; são inteiras, de formato oblongo e com a margem
com ligeiros recortes arredondados convexos, muito pequenos. Os caules e as
folhas são suculentos pois contêm reservas de água. O tamanho reduzido das
folhas é mais uma forma de prevenir a perda excessiva de água.
As minúsculas flores, todas em forma
de tubo e de cor amarela, estão agrupadas em capítulos, característica marcante
da família das Asteraceae, a que pertence esta espécie. Os capítulos da
Otanthus maritimus têm formato ovoide e as flores que o compõem possuem órgãos reprodutores funcionais,
tanto femininos como masculinos e reúnem-se em pequenos e densos corimbos
terminais.
O capítulo caracteriza-se por
apresentar muitas flores de tamanho reduzido, agrupadas de uma forma muito
compacta diretamente sobre um receptáculo em forma de disco, cercadas por
brácteas involucrais.
Em muitas espécies as flores periféricas deste disco
prolongam-se para o lado de fora formando pétalas, o que não acontece no caso
da Otanthus maritimus pois nesta planta todas as flores são tubulares.
A parte interessante é que o capítulo não é mais do que uma conjugação de esforços, uma estratégia de que as flores se socorrem para aumentar as suas probabilidades de serem polinizadas. Isto é, devido ao seu tamanho diminuto, cada flor, por si só, poucas possibilidades teria de captar a atenção dos insetos. Ao juntarem-se, aparentam ser ser uma única flor de maior tamanho, ficando assim mais visíveis e atrativas para os insetos polinizadores. Este aspeto é ainda reforçado quando os capítulos se juntam.
A planta floresce e frutifica de junho
a setembro.A parte interessante é que o capítulo não é mais do que uma conjugação de esforços, uma estratégia de que as flores se socorrem para aumentar as suas probabilidades de serem polinizadas. Isto é, devido ao seu tamanho diminuto, cada flor, por si só, poucas possibilidades teria de captar a atenção dos insetos. Ao juntarem-se, aparentam ser ser uma única flor de maior tamanho, ficando assim mais visíveis e atrativas para os insetos polinizadores. Este aspeto é ainda reforçado quando os capítulos se juntam.
Os frutos são cípselas de cor acastanhada, oblongas, encurvadas e sem papilho (tufo de pelos) mas glandulosos na base.
Sinonímia:
Achillea maritima (L.) Ehrend. et Y. P. Guo; Diotis maritima (L.) Cass.;
Filago maritima L.
Fotos : Praia da Areia Branca / Lourinhã