Nas arribas do Caniçal, dezenas de espécies acordaram já da sua dormência invernal, durante a qual fizeram as suas reservas de energia. O solo voltou a ser colonizado por pequenas plantas que vão crescer rapidamente, retomando o seu árduo trabalho na produção de folhas, flores e frutos com sementes, para poderem perpetuar a espécie. Para muitas plantas, trata-se de uma verdadeira corrida contra o tempo pois há que deixar espaço para o desenvolvimento de outras espécies mais tardias.
A Erophaca baetica é uma planta herbácea perene muito vistosa que perde as folhas durante o período de descanso vegetativo. É conhecida vulgarmente por Alfavaca-dos-Montes, Alfavaca-Sivestre, Erva-canudo e Tremoção e distribui-se um pouco por toda a Península Ibérica e Noroeste de África, vivendo tanto em terrenos cultivados como incultos.
Pertence à família das Leguminosae ou Fabaceae, uma das maiores famílias botânicas, cuja principal característica é apresentar o fruto sob a forma de vagem.
É um pequeno arbusto herbáceo que habitualmente não excede os 70 cm.
Floresce de finais de janeiro a junho.
As folhas são pinadas, isto é, compostas por 8 a 12 pares de folíolos articulados ao longo do eixo comum.As flores, dispostas em cacho, são grandes e de corola branca, com o cálice avermelhado finamente coberto por pêlos.
Os frutos são vagens oblongas, intumescidas e cobertas de pêlos.
As sementes são arredondadas e lisas, de cor acastanhada.
Esta planta tem grande potencial tóxico, podendo provocar envenenamentos agudos e crónicos. Em regiões onde se use fazer o pastoreio há que evitar que os animais ingiram estas plantas pois na forma clínica aguda, a morte pode ocorrer em menos de 24 horas e a forma crónica pode conduzir à perda de tecido muscular e consequente morte dos animais afectados.