Chicória-comum
A Cichorium intybus é uma planta silvestre, perene, que floresce de junho a setembro. É muito comum nas bermas das estradas e nos campos, sobretudo em solos calcários de preferência, crescendo debaixo de uma pedra ou outro obstáculo que forneça calor e abrigo, à raiz.
É uma espécie nativa da Europa tendo sido levada para a América do Norte e Austrália, onde se naturalizou.
Esta planta pertence ao género botânico Cichorium que se inclui na família das Asteracerae/Compositae, a maior família de plantas de flor. As espécies desta família vivem nos mais diversos habitats, desde as regiões tropicais e subtropicais até ás temperadas e incluem muitas espécies de valor biológico e comercial. A característica fundamental comum às plantas desta família são as inflorescências do tipo capítulo, as quais se assemelham em forma e função a uma só flor mas que, no entanto, são constituídas por um agregado de inúmeras pequenas flores.
A Cichorium intybus é facilmente reconhecível pelas suas pequenas mas belas flores, de um azul intenso e também pelos seus caules angulosos. Esta planta forma um arbusto muito ramoso, de caules eretos, rijos mas flexíveis, os quais apresentam sulcos e alguns pelos, podendo atingir de 30 a 90 cm de altura.
Os caules podem apresentar colorações variadas, indo do verde ao castanho avermelhado e são praticamente despidos de folhas.
As folhas encontram-se maioritariamente ao nível do solo, formando uma roseta basal e são profundamente denteadas.
As folhas caulinares são esparsas, pequenas, menos recortadas, frequentemente providas de pequenos pelos e com a base envolvendo o caule.
Ao longo do caule, nas axilas das folhas, nascem as flores de cor azul intenso. Ao contrário do que aparenta, cada linda flor de Chicorium intybus é um conjunto de flores, ou seja, uma inflorescência. As flores de cada inflorescência estão agrupadas em capítulos que é a forma característica das espécies da família Asteraceae.
Estes capítulos são constituídos por varias pequenas flores que se arrumam, de forma muito apertadinha, sobre um recetáculo comum geralmente em forma de disco . No caso da Chicorium intybus todas as flores estão providas de uma lígula (semelhante a uma pétala), denteada na extremidade, com 5 dentes. Por cada lígula existe um estame de cor azul, terminando numa antera também azul.
O conjunto das flores e do disco está protegido por duas filas de pequenas brácteas de forma triangular. As brácteas interiores são maiores e aderentes, as exteriores curvam para fora.
Os capítulos têm a particularidade de fechar antes do por do sol assim como tantas flores do mesmo género, reabrindo na manhã seguinte.
O néctar e o pólen das flores atraiem vários tipos de insetos especialmente vespas, moscas, abelhas, besouros e ocasionalmente algumas borboletas.
Os capítulos têm a particularidade de fechar antes do por do sol assim como tantas flores do mesmo género, reabrindo na manhã seguinte.
O néctar e o pólen das flores atraiem vários tipos de insetos especialmente vespas, moscas, abelhas, besouros e ocasionalmente algumas borboletas.
A Cichorium intybus produz frutos secos com uma só semente os quais são sulcados, sem tufo de pelos, mas com escamas denteadas no topo. A dispersão é feita pelo vento ou pelos animais que passam perto.
É importante falar da raiz da Cichorium intybus que é um tubérculo de cor castanha e de formato cónico e alongado, volumoso e robusto.
A Cichorium intybus deu origem a algumas espécies cultivadas, todas vulgarmente chamadas chicórias e com o mesmo nome científico, o que traz alguma confusão.
As espécies de Cichorium são cultivadas pelas suas folhas de sabor ligeiramente amargo e áspero mas muito nutritivas e de baixas calorias. Estas folhas podem ser consumidas em saladas ou cozinhadas devendo ser consumidas enquanto as plantas são jovens. Assim que as plantas entram em floração já não são comestíveis.
As variedades cultivadas pelas suas folhas são:
O almeirão ou chicória-amarga, Cichorium intybus var. intybus, com aspeto semelhante ao da alface mas com as folhas mais rijas e de sabor mais acentuado;
a endívia, que todos conhecemos pelos seus tons verde pálido e branco e que toma estas cores após ter sido colocada ao abrigo da luz durante algum tempo antes da colheita, para clarear e perder o sabor amargo;
e o radicchio, de tons verdes ou vermelhos e que é muito consumido em Itália.
Tanto a endívia de folha lisa como o radicchio dão pelo nome de Cichorium intybus var. foliosum.
Existe ainda uma variedade cultivada pelos seus tubérculos, a Cichorium intybus var. sativum, que é utilizada na produção de substitutos do café, depois da raiz ter sido moída e torrada.
À raiz desta planta têm sido atribuídas propriedades terapêuticas, especialmente no que diz respeito ao funcionamento do fígado e vesícula biliar. Aparentemente as folhas têm propriedades diuréticas, sendo utilizadas no tratamento do reumatismo, artrite e gota.
Fotos - Areia Branca e Caniçal/Lourinhã
Bom dia! Basta que eu plante um almeirão e o deixe florescer para que a flor Cichorium intybus surja? Isso seria possível somente no solo ou em um vaso também serve?
ResponderEliminarBoa tarde G.Gonçalves Neto, é isso mesmo! quando florescer, a flor deverá ser azul. Penso que pode plantar num vaso mas convém que seja um vaso com alguma altura para que a planta tenha espaço para a raiz.
ResponderEliminarCumprimentos
Boa tarde!
ResponderEliminarConhece o almeirão de flor branca?
Em Torres Vedras há de flor azul e de flor branca.
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarOlá Irene,
EliminarAcho que não há a variedade branca nesta região, pelo menos eu nunca vi.
Boa tarde, Fernanda.Adoro flores do campo. Na passada sexta feira, ao admirar as flores do almeirão, vi no meio delas, flores brancas, lindas num só pé de almeirão.Apanhei algumas, fui ontem ao local para fotografar, já não haviaflores.Fotografei as que tenho emcasa e sinalizei a planta donde as colhi.Se lhe interessar,posso levá-la até ela. E dentro de Torres Vedras, junto ao Centro de Saúde.
ResponderEliminarOlá Irene,
EliminarQue simpatia da sua parte, muito obrigada. Contudo, como a planta já não tem flores, suponho que só para o ano haverá mais. De qualquer forma agradeço a informação e, com base nas suas indicações, na próxima vez que for a Torres não deixarei de passar pelo local, pode ser que tenha sorte.
Por acaso tenho a ideia de em miúdo ter visto na minha terra (conselho de Alter do Chão) destas flores mas em branco, sendo o azul o comum, de vez em quando apareciam umas brancas... Será uma subespécie ou uma anomalia?
ResponderEliminarBoa noite, é possível utilizar a informação aqui contida para um trabalho dando referência na webgrafia?
ResponderEliminarnão
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