Chorão–da-praia
A Carpobrotus edulis ou chorão-da-praia como é vulgarmente conhecida, pertence à família botânica das Aizoaceae.
Foto de Debivort Fonte Wikimedia commmons |
Esta espécie é nativa da África do sul e embora não se conheça a data exata da sua introdução em Portugal, sabe-se pelo menos que foi introduzida na Europa por volta de 1680, através da Holanda.
Por ser muito vistosa quando está em floração, começou por ser utilizada como planta ornamental, em jardins. Depois, devido á velocidade com que cobre o solo como se fosse um tapete e às suas poucas exigências de água, foi plantada em muitas dunas e taludes, para segurar as areias. Infelizmente rapidamente escapou ao controlo e se naturalizou, convertendo-se em planta invasora, cobrindo extensas áreas, competindo ativamente pela luz e água com as espécies nativas dos ecossistemas costeiros dunares e rochosos, dificultando a desenvolvimento das espécies autóctones.
Esta espécie tem a capacidade de modificar o meio ambiente para melhor se desenvolver, acumulando sal, alterando o pH do solo e reduzindo a disponibilidade de nutrientes para as outras plantas. Por outro lado não ajuda em nada no suporte das areias porque as suas raízes são superficiais.
Em Portugal encontra-se disseminado por todo o Litoral, de Norte a Sul do País. Muitos outros países do mundo se debatem com o mesmo problema e no que diz respeito à Europa esta planta está na lista das espécies exóticas invasoras que mais ameaçam a biodiversidade neste continente. De notar que no seu habitat nativo a planta não é considerada invasiva, possivelmente porque os seus inimigos naturais a conservam sob controlo.
Em Portugal encontra-se disseminado por todo o Litoral, de Norte a Sul do País. Muitos outros países do mundo se debatem com o mesmo problema e no que diz respeito à Europa esta planta está na lista das espécies exóticas invasoras que mais ameaçam a biodiversidade neste continente. De notar que no seu habitat nativo a planta não é considerada invasiva, possivelmente porque os seus inimigos naturais a conservam sob controlo.
Muitas regiões costeiras portuguesas promovem, com alguma regularidade, campanhas de remoção desta espécie. O controlo mecânico é considerado o mais eficaz. Faz-se por arranque manual das plantas das zonas colonizadas, devendo fazer-se a reintrodução imediata de espécies autóctones. As plantas arrancadas deverão ser removidas imediatamente do local, pois podem constituir mais um foco de invasão. No que diz respeito à Região Oeste e em particular às Praias do Caniçal e Areia Branca, não tenho conhecimento de iniciativas deste género. Apenas alguns passeantes mais informados tomam a iniciativa de erradicar um ou outro indivíduo, de menores dimensões.
A Carpobrotus edulis é uma planta perene e rastejante. Os caules, deitados sobre o solo e muito ramificados, podem atingir um comprimento de 2m ou mais, enraizado nos nós.
As folhas são carnudas e estreitas, encurvadas para cima, de secção triangular e ápice aguçado. São de cor verde brilhante ou amarelado, com laivos avermelhados ao longo dos rebordos.
As flores são solitárias, com 8-10cm de diâmetro, de cor amarela ou rosa-pálido, por vezes as duas cores na mesma planta. As tépalas têm lóbulos desiguais. Os estames são numerosos e com os filamentos sempre amarelos e peludos. As flores abrem de manhã com o calor do sol e fecham ao anoitecer. A floração acontece de abril a junho.
Foto de Llez. Fonte Wikimedia commons |
Os frutos são carnudos e capsulares em forma de figo, contendo uma polpa que é comestível. Passam do verde a amarelo e ficam com aspecto enrugado, consoante o grau de amadurecimento. Os frutos comem-se frescos e têm um sabor forte, adstringente e salgado. Outras espécies semelhantes têm frutos com sabor mais agradável e com os quais os sul-africanos fazem doce.
A reprodução acontece de várias formas: por polinização cruzada, ou seja, as flores são fecundadas pelo pólen de outra planta, da mesma ou de espécie diferente e também por polinização feita por insectos, tais como besouros, vespas, formigas, abelhas, traças e borboletas; diversas espécies de aves e mamíferos consomem os frutos e assim contribuem para a disseminação da sua semente, expulsas através dos dejetos; reproduz-se ainda ativamente através de estolhos que enraízam facilmente.
SOBRE A FAMÍLIA DAS AIZOACEAE:
A família das Aizoaceae é formada por pequenas ervas suculentas adaptadas aos climas secos, muito raramente plantas maiores, caracterizadas por formas muito peculiares, perenes ou anuais. São oriundas das regiões áridas do sul da África e da Austrália. Compreende cerca de 2000 espécies, geralmente de forma bizarra, muito decorativas sendo usadas em vasos, e pequenos jardins. Muitas assemelham-se a pedras ou a seixos. A diversificação de formas e colorido das inflorescências tornam essas plantas ideais para composições rochosas.
Exemplos:
Aptenia cordifolia. Foto de Kenpei. Fonte Wikimedia commons |
Pleiospilos nelii . Foto de Alan Rockefeller Fonte Wikimedia commons. |
ESPÉCIE INVASORA:
Entende-se como “espécie invasora” uma espécie suscetível de, por si própria, ocupar o território de uma forma excessiva, em área ou em número de indivíduos, provocando uma modificação significativa nos ecossistemas
Encontrei por este dias, no Baleal-Peniche, uma planta rastejante, formando um tapete extenso, tipo chorão da praia, tinha as folhas igualmente carnudas, mas mais pequenas de secção circular e forma cilíndrica, que tipo de planta será?
ResponderEliminarOlá Gamieri,
ResponderEliminarInfelizmente as informações que me dá sobre a planta que encontrou no Baleal são insuficientes para eu poder dar-lhe uma opinião. No entanto sempre lhe digo que além do Chorão Carpobrotus edulis, muitas outras espécies de plantas carnudas da família Aizoaceae foram trazidas para Portugal. Um exemplo desta situação são as espécies do género Delosperma que são muito populares por serem muito decorativas durante a primavera e que, por estes dias, já “fugiram” dos jardins e se desenvolvem alegremente na natureza. Outro exemplo é a espécie Mesembryanthemum nodiflorum que descrevi no meu post de 10 de Abril. Lamento não poder ser mais especifica, mas sem ver a dita planta…
Olá Fernanda,
ResponderEliminarNa minha próxima ida ao Baleal, que deve ser estar para breve, segundo o tempo que se avizinha, irei tirar uma foto.
Obrigado pelos esclarecimentos e muitos parabéns pelo blog.
"Atapetei" um espaço considerável do meu jardim com Aptenia Cordifolia (Rosinha do Sol),com o intuito de, regularmente, a introduzir no solo afim de o enriquecer, pois é pouco fértil. Gostaría de saber se esta minha intensão é ou não viável, e quais os nutrientes que esta planta rouba ao solo, uma vez que lhe altera o PH.
ResponderEliminarObrigada
Olá Cmestre,
ResponderEliminarO tapete de Aptenia cordifólia é muito decorativo e o espaço em questão deve estar bastante bonito aquando da floração. Contudo, devo esclarecer que esta espécie não vai fertilizar o seu solo, bem pelo contrário. Existem espécies apropriadas para adubar o solo (adubos verdes) geralmente da família das Leguminosas (ex trevo), das Gramíneas (ex a aveia) e das Crucíferas (ex mostarda), que enriquecem o solo com azoto e acumulam grande quantidade de reservas minerais e húmus.
Adubar em verde consiste em semear uma ou mais destas espécies que são de crescimento rápido, para cortar e enterrar no mesmo lugar ANTES de criar semente. Além do enriquecimento do solo com azoto e nutrientes, a estrutura do solo melhora, ficando protegido da seca. Também o desenvolvimento de ervas daninhas fica limitado e é incrementada a resistência a pragas e doenças.
Espécies recomendadas:
Aveia
Ervilha
Rabanete de forragem
Ervilhaca
Luzerna
Tremoço branco
Trigo mourisco
Mostarda
Favinha
Trevo violeta ou encarnado
Espero ter esclarecido a sua duvida
Cumprimentos
Fernanda
Bom dia, lidas as suas palavras, analizadas as fotos das espécies marítimas, selecionei uma área perto do Cabo Raso, e limpei cerca de 1000M2 área, retirando meticulosamente todo o chorão. Apresentei este projecto à CascaisAmbiente, há cerca de um ano, não obtive resposta, com a sua motivação avancei a solo. Mto obrigado, Paulo costa
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