Murta
A murta é uma planta nativa do sudoeste da Europa e do Norte de África. Embora cultivada há milhares de anos como planta ornamental, esta planta aparece muitas vezes como espontânea em locais secos e quentes da região mediterrânica. Tem preferência pelos solos pobres em calcário.
A murta pertence à família botânica das Myrtaceae que compreende, segundo estudos recentes, mais de 5.000 espécies de plantas arbustivas ou arbóreas, subdivididas em 130 a 150 géneros. O género Myrtus ao qual pertence a murta, é um dos mais pequenos.
Como curiosidade, refiro que espécies nossas conhecidas, como a goiaba e o eucalipto, fazem também parte desta grande família que se distribui principalmente pelos ecossistemas de clima tropical, subtropical e temperado.
A murta é um arbusto perene que raramente ultrapassa os 2 metros, ereto, muto ramoso e com raminhos (ramos formados no ano anterior) penugentos.
As folhas da murta são persistentes, coriáceas, inteiras, ovais e pontiagudas tanto na base como na extremidade. Sobre as folhas encontram-se as glândulas que, quando pisadas, libertam o seu óleo essencial exalando um aroma semelhante ao da flor de laranjeira.
A polinização é feita por insetos e a dispersão das sementes por pássaros que se alimentam das bagas.
Das folhas, flores e frutos extrai-se a essência usada em perfumaria e na indústria alimentar.Na culinária podem utilizar-se as folhas, flores e bagas, frescas ou secas, como guarnição ou em saladas.
A murta tem propriedades terapêuticas comprovadas. As folhas têm ação expectorante e antisséptica pelo que são muito usadas em aromaterapia para combater os problemas relacionados com rinites, sinusites e bronquites. Devido ao seu poder adstringente, a murta é também muito útil no combate às diarreias e aos problemas de pele.
Existem inúmeras histórias e lendas associadas à murta, frequentemente mencionada na mitologia grega e glorificada pelos poetas da antiguidade clássica. Estava associada ao amor e aos momentos de glória. Faziam-se grinaldas e coroas de murta e queimavam-se os ramos mais tenros para perfumar o ambiente. Destilavam-se as folhas e as flores para obter a famosa Eau d’Anges que era utilizada como produto de beleza.
Fotos - Arribas da Praia do Caniçal/Lourinhã
Fotos - Arribas da Praia do Caniçal/Lourinhã
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