"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





sexta-feira, 4 de março de 2011

Ecballium elaterium

Pepino-de-são-gregório

A Ecballium elaterium pertence às Cucurbitaceae, família botânica com cerca de 750 espécies que inclui plantas de haste rastejante, frequentemente com gavinhas de sustentação, entre as quais várias cultivadas e de grande importância para a alimentação humana como por exemplo o pepino, a abóbora, a melancia, o melão e outras.

A Ecballium elaterium é conhecida popularmente por variadíssimos nomes, sendo o mais comum Pepino-de-São-Gregório. E uma espécie nativa do sul da Europa e da região do mediterrâneo mas hoje em dia encontra-se também nos vários grupos de ilhas do Atlântico norte que constituem a Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde).
Gosta de viver nas bermas dos caminhos, muros, entulhos e solos removidos e floresce de abril a setembro.

A partir de uma raiz carnosa, o pepino-de-são-gregório forma caules tenros e grossos que são prostrados e rastejantes, quase não se elevando do solo. Ramifica apenas na base, dando origem a novas hastes.

Toda a planta está coberta por um conjunto de pelos esbranquiçados e rígidos mas não espinhosos.

As folhas crescem em posições alternadas, ao longo dos caules. Ao contrário de outras plantas da mesma família, esta planta não tem gavinhas. A forma das folhas é triangular, com dois lóbulos e em forma de coração. Crescem até 10 cm e são grossas mas tenras e de cor verde-pálido na parte superior e mais claras na parte inferior. As margens são onduladas e formam pequenos lóbulos irregulares e dentados. Novas folhas ou hastes floríferas crescem apenas das axilas das folhas maduras.

Os caules que dão origem a flores, crescem verticalmente entre 2 a 4 cm e estão geralmente agrupados aos pares. Da axila de uma folha comum cresce uma haste com um cacho de 4 a 6 flores masculinas e outro com uma flor feminina solitária. Tanto as flores masculinas como as femininas têm 5 sépalas e 5 pétalas. A cor é mais ou mais ou menos a mesma, isto é, amarelo-pálido com um centro amarelo brilhante, embora as flores femininas tendam a ser um pouco esverdeadas. Têm também o mesmo tamanho, cerca de 1,4 a 1,8 cm de diâmetro. Contudo têm diferentes estruturas anatomicas.

A flor feminina, de centro esverdeado,  tem um ovario inferior inchado que irá originar o fruto.

As flores masculinas têm o centro amarelo vivo devido aos estames com anteras de cor amarelo brilhante.
O caule onde cresce a flor feminina vai crescendo até cerca de 10 cm à medida que o fruto se desenvolve e fica maior. Entretanto as flores masculinas degeneram. 
O fruto é oblongo-cilindrico, coberto por cerdas brancas e pendurado para baixo. O fruto incha e fica maior, chegando a 4-5 cm de comprimento. Quando maduro, o fruto passa de verde a verde-amarelado.


A forma como esta planta dispersa as suas sementes é muito peculiar e muito engenhosa também. Quando os frutos estão bem maduros, ao serem tocados por algum animal, logo se destacam do pedúnculo e explodem de imediato, lançando de jato, as sementes envolvidas num suco pegajoso, cáustico e irritante, a uma distância considerável.


As sementes são castanhas, ovais, ligeiramente achatadas e com 4 mm de comprimento. 

Esta planta é bastante popular nos tratamentos caseiros. No entanto é preciso notar que é uma espécie altamente tóxica, não sendo aconselhável usá-la internamente. O uso externo é definitivamente mais seguro. Recolhe-se o fruto quando ainda está imaturo e coloca-se em álcool a macerar. Este líquido é usado no tratamento da sinusite e para aliviar as dores reumáticas, articulares e musculares.

Fotos - Arribas da Praia do Caniçal/Lourinhã



6 comentários:

  1. boa tarde..

    gostava de poder encontrar esta planta pois sofro de sinusite que me provoca muitas dores.. e soube da existencia desta planta este fim de semana .. como posso fazer para poder encontar...????em que zona do pais existe???

    desculpem a minha ignorancia!!!

    mas estou a falar a serio se algum me puder ajudar enviem-me 1 e-mail lizmarques58@gmail.com

    obrigado

    ResponderEliminar
  2. Olá Liz,
    Os Ecballium elaterium vulgarmente conhecidos por pepinos de são Gregório encontram-se um pouco por todo o país, de preferência nos meios rurais, em solos removidos, bermas de caminhos, muros, entulhos, próximo das habitações. A época de floração vai de Abril a Setembro. É preciso procurar com paciência tendo em conta que são plantas muito rasteiras e por vezes se encontram escondidas no meio de outras. Espero que encontre. Abraço
    Fernanda

    ResponderEliminar
  3. Eu tenho esta planta, hortacarnaxide@gmail.com

    Alex

    ResponderEliminar
  4. O Pepino-de-são-gregório, à semelhança de outras plantas, começa a ser cada vez mais raro. Tenho-o no meu "Jardim Botânico". Para a sinusite é usado o pó que se extrai assim que o "pepino" amadurece, depois pode guardar-se e usar. Nesta altura a planta ainda não o produz. No meu "Jardim" lá vai fazendo companhia a algumas que já são raridades (mandrágora, meimendro-branco, artemísias, incluindo annuua, e muitas outras). Este "jardim" nasceu como flor dos meus olhos e da minha alma, agora é uma verdadeira riqueza aqui no Algarve. A partir da próxima Primavera, se Deus ainda me quiser viva, quem quiser visitá-lo pode vir.

    ResponderEliminar
  5. Leonor,
    Obrigada pela noticia. Aqui fica para quem puder aproveitar. Boa sorte para o seu projeto que é muito de louvar.

    ResponderEliminar