"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





terça-feira, 11 de agosto de 2015

Tamarix L.

As tamargueiras

Tamarix africana
Tamaricaceae é uma pequena família botânica constituída por um reduzido número de géneros que podem ser 3, 4 ou 5, consoante o critério das diferentes bases de dados; do que não restam dúvidas, é que o maior género desta família, e único presente em Portugal, é o Tamarix.
Este género compreende um pouco mais de 50 espécies, autóctones da bacia do mediterrâneo, incluindo Portugal, Espanha, Itália, sul de França, norte de África (de Marrocos ao Mar Morto), nordeste da China e Índia. No nosso país estas espécies são, na generalidade, denominadas tamargueiras. 
Tamarix africana
São árvores ou arbustos de médio porte e muito ornamentais — alguns de folha perene, outros parcialmente de folha caduca — cujo principal atrativo reside nas longas inflorescências que agrupam centenas de pequenas flores brancas ou rosadas. São espécies de crescimento lento e vida relativamente longa, capazes de viver em habitats de condições ambientais muito diversas, resistindo a múltiplos fatores de stress, tais como altas temperaturas, sal e escassez de água. 
Tamarix africana
Ocorrem quer em climas temperados e subtropicais, quer em regiões áridas e semidesérticas, seja nas areias do litoral marítimo ou no interior. Encontramo-las em depressões húmidas, nas margens de lagos ou lagoas ou perto de cursos de água permanentes, sazonais ou intermitentes. No entanto, elas não vivem mergulhadas na água. Apesar de sujeitas a inundações ocasionais, elas procuram substratos bem drenados; em locais áridos é condição essencial que exista alguma humidade edáfica, quer superficial ou profunda.
Estas espécies estão ecologicamente adaptadas a ambientes áridos ou salinos. Para tal, dispõem de certo tipo de características, incluindo redução do tamanho das folhas para uma consequente diminuição da transpiração e um sistema radicular muito profundo e ramificado. As raízes podem descer aos 30 metros de profundidade na procura de água que pode ser doce, salobra ou mesmo salgada, dependendo das espécies. O excesso de sal é eliminado através das folhas por intermédio de glândulas secretoras de sal, mais ou menos desenvolvidas consoante as espécies (algumas espécies gostam mais do sal do que outras). 
Tamargal de Tamarix africana em Areia Branca/Lourinhã
Muitas vezes encontram-se exemplares isolados ou agrupados em pequenos núcleos, contudo, em certos locais tornam-se dominantes. Tal deve-se, sobretudo, ao sal que cai no chão através das folhas, criando condições para a proliferação das tamargueiras mas inviabilizando a proliferação de outras espécies. Nesta circunstância, formam galerias ao longo dos cursos de água ou na retaguarda das dunas do litoral, os chamados tamargais, os quais constituem um excelente refúgio para diversas espécies de fauna silvestre, vertebrados e invertebrados. Acresce ainda o facto de as flores das tamargueiras serem muito melíferas, atraindo muitos insetos, entre os quais as abelhas; certas borboletas procuram as tamargueiras para depositar os seus ovos e alimentar as suas larvas, por vezes delas dependendo como alimento exclusivo, como acontece com a Coleophora asthenella, uma pequena borboleta que se alimenta exclusivamente das folhas de Tamarix africana.
Tamarix africana
As tamargueiras são espécies muito resistentes ao vento graças ao seu sistema radicular muito ramificado, razão pela qual têm vindo a ser utilizadas na fixação das margens dos rios, prevenindo inundações de campos agrícolas. Também se têm utilizado para fixar os solos arenosos das dunas marítimas ou do deserto, embora possam não ser aconselháveis em climas demasiado secos. A falta de humidade edáfica de superfície poderá estimular o crescimento vertical das raízes, as quais podem chegar aos lençóis freáticos.
As tamargueiras são também resistentes ao fogo, conseguindo rebrotar a partir do sistema radicular, após a destruição das partes áreas.
Em regiões com poucos recursos florestais a sua madeira densa tem sido utilizada como combustível, nomeadamente no norte de África. Testemunhos arqueológicos da Antiguidade atestam a utilização da madeira de tamargueira na Síria e Palestina.
Tamarix parviflora - Fonte: Oregon State University
As tamargueiras são muito utilizadas em jardins não só pela sua beleza durante a floração mas também porque são resistentes a pragas e doenças, requerendo pouca manutenção para além de podas de formação que as tornem mais tufosas e densas, corrigindo a postura algo despenteada dos novos ramos. Devido à sua resistência ao vento são ideais para jardins do litoral.
Algumas espécies de tamargueiras possuem propriedades medicinais, nomeadamente diuréticas, sudoríferas e adstringentes. Em tempos remotos a casca e a raiz eram colocados em água fervente e utilizadas para tratar constipações, anginas e gengivites. Também as galhas, excrescências esponjosas que crescem nos ramos e que resultam da colonização de certos insetos ou fungos, eram utilizadas para tratar, tópicamente, problemas de pele.
Tamarix africana
Na generalidade, as tamargueiras são árvores de porte arbustivo. Os troncos são delgados, de cor acinzentada e tornam-se fissurados com a idade. Os ramos são longos e muito flexíveis podendo apresentar-se avermelhados. 
Tamarix africana
As folhas, muito pequenas e simples, têm forma triangular e estão dispostas de forma alternada e por vezes quase imbricada, abraçando o caule de forma parcial. A copa é bastante irregular e de aspeto plumoso.
Tamarix africana var. fluminensis
As flores dispõem-se em inflorescências compridas e cilíndricas e são brancas ou rosadas, cada uma acompanhada de uma bráctea solitária (espécie de pequena folha, na axila de cada flor). 
Tamarix africana var. fluminensis
As flores podem ter 4 ou 5 pétalas, dependendo da espécie e são completas, isto é, dispõem de órgãos reprodutores masculinos e femininos. Os estames inserem-se num disco nectarífero de consistência mais ou menos carnosa, o qual se localiza por baixo do ovário.
Os frutos são pequenas cápsulas triangulares cujas lados se abrem na maturação, soltando numerosas sementes, cada uma com um tufo de pelos na ponta.
Segundo o portal da Sociedade Portuguesa de Botanica Flora-onsão 4 as espécies do género Tamarix autóctones de Portugal continental: Tamarix canariensis, Tamarix gallica, Tamarix mascatensis e Tamarix africana, sendo esta ultima a espécie mais comum em Portugal.
Outras espécies, como por exemplo Tamarix parviflora, foram introduzidas com objetivos ornamentais, podendo ser observadas essencialmente em jardins, públicos ou privados. As espécies Tamarix conseguem naturalizar-se com facilidade.
Pelo que me foi dado constatar as espécies ibéricas do género Tamarix têm sido algo negligenciadas pelos botânicos, havendo muito poucos estudos sobre o assunto (com exceção da Flora Iberica). A situação é quase dramática no caso particular das espécies portuguesas, não havendo informações ou registos para além de Tamarix africana, a espécie mais comum. 
Este género é muito complexo devido à proximidade entre as espécies e a características morfologicamente muito semelhantes entre elas, o que torna complicada a sua identificação de forma rápida e segura. Acresce ainda o facto de haver várias espécies introduzidas com fins ornamentais do que resultam posteriores hibridações, o que complica ainda mais a situação. 
A diferenciação entre as espécies está, de uma forma ou de outra, relacionada com as inflorescências e certas características específicas das peças florais. A largura das inflorescências, o tamanho e o número de pétalas, o comprimento das brácteas em relação ao das sépalas, a configuração do disco estaminal ou nectarífero e a inserção dos estames são fatores essenciais para podermos distinguir com fiabilidade as diferentes espécies. Ora, vejamos:
Inflorescências, pétalas e brácteas:
- Em certas espécies, como no caso da Tamarix africana, as inflorescências nascem nos ramos lenhosos dos anos anteriores, os quais geralmente têm um diâmetro igual ou superior a 8 mm; noutras espécies, as inflorescências nascem nos ramos jovens do ano, os quais são tenros e mais estreitos, com diâmetro igual ou inferior a 5 mm, como parece ser o caso de T.gallica, T.canariensis e T. mascatensis.
- Embora as espécies autóctones de Portugal todas tenham 5 pétalas, o género Tamarix engloba também espécies com 4 pétalas, como por exemplo a espécie introduzida T.parviflora.
- Também certas espécies têm flores maiores pelo que apresentam inflorescências mais largas (entre 5 a 8 mm de largura), como é o caso de T. africana, a espécie mais comum em Portugal.
- T.canariensis, T.gallica e T. mascatensis são espécies de flores mais pequenas e em consequência, apresentam inflorescências mais estreitas, com menos de 5 mm.
- A bráctea que acompanha as flores também é taxonomicamente importante, não só quanto à forma mas também quanto ao tamanho, podendo exceder ou não o comprimento das sépalas do cálice.
Inserção dos estames no disco nectarífero
Esta característica é fundamental para a correta e rigorosa identificação das espécies Tamarix.
Cada uma das pequenas flores está provida de um disco nectarífero que se posiciona por baixo do ovário, formando uma excrescência carnosa e glandular, de forma anular e dividida em 4 ou cinco lóbulos, nos quais estão inseridos os estames. Esta inserção processa-se de formas diferentes pelo que se distinguem 3 tipos essenciais de discos:  
(os híbridos geralmente apresentam formas intermédias)
- Holólofo: os estames inserem-se por baixo do disco ao qual podem estar soldados. Encontra-se por exemplo em T. ramosíssima (espécie ornamental)
Esquema de disco estaminal ou nectarífero holólofo. Fonte: Flora Iberica
- Parálofo: o disco divide-se em 4 ou 5 lóbulos cujo ápice é truncado. Os estames nascem no centro do ápice de cada lóbulo, estando as duas estruturas bem diferenciadas.  Presente em T. mascatensis.
Esquema de diversos tipos de discos parálofos. Fonte: Flora Iberica
- Sínlofo: o disco esta profundamente dividido em 4 ou 5 lóbulos de cujo ápice atenuado saem os estames. Neste caso não há uma clara diferenciação entre estames e disco, parecendo que os estames são a continuação dos lóbulos. Presente em T. canariensis, T. gallica, T. parviflora e T.africana.
Esquema de diversos tipos de discos sínlofos. Fonte: Flora Iberica

Seguem-se algumas informações sobre as espécies portuguesas:

Tamarix mascatensis Bunge

Esta espécie distribui-se pela Península Ibérica, Mediterrâneo ocidental e Médio Oriente. É inexistente nos arquipélagos da Madeira e Açores mas em Portugal continental - segundo a Flora Ibérica – pode encontrar-se em Trás-os-Montes,  Alto e Baixo Alentejo.
Forma uma árvore que pode chegar aos 3 ou 4 metros de altura. Os troncos e ramos são cinzentos ou avermelhados. As inflorescências são estreitas, com 10 a 30 cm de comprimento e 3 a 5 mm de diâmetro e nascem em ramos verdes do ano (mais raramente em ramos lenhosos dos anos anteriores). As brácteas, iguais ou mais curtas que o cálice, são triangulares ou lanceoladas, com a extremidade aguda e ligeiramente curva. As sépalas são denticuladas.
As flores têm 5 pétalas e 5 estames. O disco nectarífero é parálofo.

Tamarix canariensis Willd.
Tamarix canariensis
Fonte Wikipedia
Foto de  Xemenendura - Trabajo propio. 
Esta espécie distribui-se em redor do Mediterrâneo ocidental, Península Ibérica e ilhas Canárias. Autóctone de Portugal continental, pode ser encontrada em Trás-os-Montes, Estremadura, Beira Litoral, Baixo Alentejo e Algarve (segundo a Flora Ibérica). Não está presente nem na Madeira nem nos Açores. De todas as espécies ibéricas esta é a mais resistente à salinidade.
É uma árvore de pequeno porte. Geralmente, a margem das brácteas e a superfície dos eixos das inflorescências estão providas de papilas. Estas são saliências da epiderme cuja função ainda é controversa, mas que neste caso se acredita possam ser eficazes contra o aquecimento excessivo, refletindo a luz solar quando é demasiado intensa.
 Os troncos e ramos são acinzentados ou avermelhados. As folhas apresentam abundantes glândulas secretoras de sal. As inflorescências nascem nos jovens ramos do ano e são estreitas, com cerca de 3 ou 4 mm de diâmetro.
As brácteas igualam ou ultrapassam o comprimento das sépalas, as quais são muito denticuladas. As flores têm 5 pétalas e 5 estames. O disco nectarífero é sinlofo.

Tamarix gallica L.
Tamarix gallica 
Fonte Wikipedia
Foto de TeunSpaans
Esta é uma espécie europeia que se distribui pelo sul do continente, nomeadamente Itália (incluindo a Sicília), França (incluindo a Córsega), Portugal e Espanha (incluindo as Baleares). No que diz respeito ao nosso país é autóctone de Portugal continental onde se pode encontrar- ainda segundo a Flora Iberica - na Beira Litoral e Estremadura; quanto às ilhas, foi introduzida na Madeira onde se naturalizou, mas não existe nos Açores.
Tamarix gallica forma uma árvore que pode ir dos 2 aos 10 metros de altura e cujos ramos apresentam a habitual coloração acinzentada ou vermelha. Esta é mais uma espécie de inflorescências estreitas, com 3 a 5 mm de diâmetro, as quais se formam principalmente nos jovens ramos do ano. As brácteas, de forma triangular, são menores que o cálice (muito mais curtas que nas outras espécies). As flores têm 5 pétalas e 5 estames e o disco é sinlofo.

Tamarix africana Poiret
var. fluminensis e var. africana

Esta espécie possui duas variedades que se distinguem pelo comprimento das brácteas: a fluminensis tem brácteas longas que ultrapassam amplamente o cálice, e a africana tem brácteas mais curtas.


Esta espécie forma uma pequena árvore, geralmente de 1 a 5 m de altura, glabra, exceto o eixo das inflorescências e as margens das brácteas florais que podem apresentar papilas. 
O tronco pode ser delgado ou grosso, às vezes retorcido, podendo ramificar-se a pouca distância do solo. O córtex é acinzentado, apresentando fissuras e sulcos. 
A copa é larga, irregular e pouco espessa, sendo formada por numerosos ramos longos e flexíveis, com tendência para se vergarem em direção ao chão e caducos na parte terminal.
As folhas são verdes mas muito pequenas o que limita a transpiração e a perda de agua; são alternas, lanceoladas, de margens escariosas e sem pecíolo, alargando-se na base e abraçando parcialmente o ramo.
A Tamarix africana floresce de março a maio. As flores aparecem antes ou ao mesmo tempo que as novas folhas e são de cor branca. Reúnem-se em inflorescências grandes e densas, com cerca de 3 a 6 cm de comprimento e com diâmetro de 0,5 a 0,8 cm, as quais são relativamente maiores que as do resto das tamargueiras. As inflorescências dispõem-se em ramos lenhosos dos anos anteriores.
Flores em botão da variedade fluminensis, em que se notam as brácteas interflorais mais longas que o cálice.

As flores dispõem de órgãos reprodutores masculinos e femininos férteis. 
A corola é composta por 5 pétalas simétricas que alternam com 5 sépalas desiguais, de cor branca ou rosa-pálido, por vezes persistentes na frutificação. Os 5 estames inserem-se num disco nectarífero do tipo sínlofo.

Cada semente tem um tufo de pelos na ponta. Quando os frutos abrem e as sementes ainda não foram dispersas pelo vento, formam grandes flocos que parecem de algodão.

Tamarix africana distribui-se pelo sul da Europa e norte de África: Portugal, Espanha (incl. lhas Canárias e Baleares), Argélia, Marrocos, Tunísia, Itália (incl. Sardenha e Sicília) e França (incl. Córsega).
Esta espécie é autóctone de Portugal continental e está naturalizada nos Açores onde foi introduzida. Não se regista na Madeira.
Mapa de distribuição em Portugal continental.
Fonte: Flora Digital de Portugal, Jardim Botânico da UTAD

Tamarix parviflora DC.
Tamarix parviflora
Fonte Wikipedia
Foto de Javier Martin
Esta espécie é autóctone do sudeste europeu (Albânia, Croácia, Grécia, Macedónia e Eslovénia) e também do oeste asiático (Israel e Turquia). Foi introduzida em Portugal continental onde se naturalizou e é cultivada com fins ornamentais. Não ocorre nos arquipélagos de Madeira e Açores.
Mapa de distribuição em Portugal
Fonte: Flora Digital, Jardim Botânico da UTAD
Forma uma pequena árvore com inflorescências que nascem nos ramos lenhosos de anos anteriores. É a espécie com inflorescências mais estreitas entre as mencionadas neste texto (1 a 4 cm de comprimento e 0,4 a 0,6 cm de diâmetro). Esta espécie é tetrâmera, ou seja, ao contrário das outras espécies aqui mencionadas, as corolas só têm 4 pétalas. As flores são também mais pequenas.
As brácteas são mais curtas que o cálice. Tanto as brácteas como as sépalas apresentam ápices de cor purpura.
Os estames são 4 e estão inseridos num disco nectarífero sínlofo.

O maná:
A identificação das plantas mencionadas na Bíblia tem sido uma árdua tarefa que há séculos tem ocupado muitos cientistas. A origem do maná, substância enviada por Deus e que alimentou as tribos de Israel durante os 40 anos de travessia do deserto, é um dos mistérios mais intrigantes.
Originalmente considerado de origem vegetal, alguns terão chegado à conclusão que poderá ser uma substância segregada pelos insetos Coccus manniparus que sugam a seiva rica em açucares da árvore Tamarix mannífera ou Tamarix gallica. Esta substância é um líquido doce que solidifica com os ventos secos e frios da noite e derrete com o sol da manhã. 
Outros investigadores garantem que o maná é uma secreção das larvas e fêmeas imaturas de cochonilhas Trabutina mannipara e Naiacoccus sepentinus, libertada após a digestão da seiva destas árvores, eliminando assim o excesso de açucares. Esta secreção é ainda hoje em dia recolhida pelos habitantes do Sinai e usada como substituto do açucar.
Através dos séculos, muitas e variadas têm sido as explicações e teorias sugeridas pelos investigadores, entre elas, o exsudado da árvore Fraxinus ornus ou do arbusto Hedyssarum alhagi que segrega uma substância açucarada sob a forma de grânulos de cor amarelada ou os líquenes Lecanora esculenta e Sphaerothalhia esculenta que crescem sobre rochas calcarias e que, arrastadas pelos ventos fortes, podem cair como chuva. Até a alga Nostoc commune tem sido aventada como hipótese
Existem outras teorias mas parece estarmos longe da solução devido a imponderáveis da natureza, a começar pela impossibilidade de alimentar tantos milhares de pessoas, durante tanto tempo, simplesmente à base de açucares. E assim o mistério está para durar.
A palavra maná poderá ter origem no vocábulo egípcio “mennu” que significa alimento. Contudo, alguns estudiosos contrapõem que vem do aramaico ou do hebraico e expressa a surpresa do povo judeu quando lhes foi enviado o alimento, até então desconhecido: “MAN HÛ” que quer dizer: O que é isto?

O maná é mencionado no Livro do Êxodo 16, versículos 1 a 36:
"E quando o orvalho se levantou, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra.
E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Porque não sabiam o que era. Disse-lhes pois Moisés: Este é o pão que o Senhor vos deu para comer". Exodus 14,15.
“O maná era mais ou menos do tamanho de uma semente de coentro, e parecia­-se com as gotas de resina que escorrem pelo tronco de uma árvore. O povo recolhia-­o do chão, moía-­o em moinhos para o transformar em farinha, ou pisava­-o num almofariz, cozia-­o e fazia bolos; sabia como qualquer bolo frito em azeite. O maná caía com o orvalho, durante a noite”.
Numeri 7/9

Fotos de Tamarix africana: Caniçal, Areia Branca, Zambujeira e Serra do Calvo/Lourinhã