A Bellis sylvestris, conhecida vulgarmente como Margarida-do-monte, é um pequeno malmequer, semelhante a muitos outros que encontramos um pouco por todo o lado. São todos muito parecidos, no entanto há vários pormenores que nos permitem distinguir os diferentes géneros e espécies.
A Bellis sylvestris é uma planta vivaz, da família das asteraceae e espontânea no sul da Europa. Prefere os locais húmidos e sombrios pelo que foi com alguma surpresa que as encontrei nas arribas do Caniçal, embora devidamente abrigadas dos ventos e do sol pela copa dos Juniperus. De forma geral esta espécie floresce de Janeiro a Agosto mas aqui no Caniçal terá seguramente uma vida mais curta pois com a chegada da Primavera o solo argiloso irá perder a humidade de que a planta tanto gosta.
É uma planta herbácea que apresenta uma roseta basal formada por folhas de cor verde-escura, oblongo-ovadas, com pecíolo curto e pêlos deitados sobre a superfície. As margens são levemente serradas e com três nervuras principais.
Os pedúnculos das inflorescências crescem do centro da roseta e são compridos, espessos, ligeiramente pubescentes e desprovidos de folhas. Cada pedúnculo é encimado por uma única inflorescência.
As inflorescências da Bellis sylvestris são capítulos, como acontece com todas as espécies pertencentes à família das asteraceae, também designadas por compostas ou compositae. O capítulo é um tipo de inflorescência que se caracteriza por apresentar muitas flores minúsculas, agrupadas de uma forma muito compacta , directamente sobre um disco central. As flores do disco estão rodeadas por outras flores, que se chamam lígulas mas que são impropriamente chamadas pétalas.
Toda esta estrutura está envolvida por brácteas que são folhas modificadas com função de protecção e que correspondem às sépalas das flores normais.
Resumindo, o capítulo assemelha-se a uma só flor embora seja composta por dois tipos de flores, um deles bastante insignificante e o outro muito vistoso. Esta estratégia, que basicamente é uma divisão de tarefas, reduz o investimento necessário para a atracção dos polinizadores, pois apenas uma pequena porção das flores é que produz uma “pétala”, beneficiando todas as outras desse esforço.
Na Bellis sylvestris as lígulas são muitas vezes tingidas de púrpura em cerca de 20 a 50 % do seu comprimento. Este tingimento é mais visível na parte posterior das lígulas.
A planta reproduz-se através de aquénios, frutos secos achatados e comprimidos, cobertos com alguma penugem. Ao contrário de espécies semelhantes os frutos desta planta não apresentam papilho ou em alternativa apenas com papilho rudimentar. Na falta deste mecanismo de dispersão os frutos permanecem juntinhos no recetaculo, caindo no chão aos poucos. A sua dispersão processa-se com a ajuda de insetos, nomeadamente formigas.
Estou a gostar de seguir este blog! É pena não haver informação sobre a autora. :)
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