"O grande responsável pela situação de desequilíbrio ambiental que se vive no planeta é o Homem. É o único animal existente à face da Terra capaz de destruir o que a natureza levou milhões de anos a construir"





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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Carlina corymbosa L. var. major Lange

Cardo; Cardo-amarelo;
Cardo-dos-cachos; Cardol; Espinho-de-cabeça

Tal como a maioria dos chamados “cardos” (ver aqui) a Carlina corymbosa pertence à família das Asteraceae/Compositae; está incluida no género Carlina o qual é constituído por várias espécies de plantas espinhosas, de flores amarelas dispostas em capítulo, com recetáculo discoide. 
A Carlina corymbosa é uma planta de carácter mediterrânico e que cresce preferencialmente na beira dos caminhos, terrenos incultos e zonas secas, sendo-lhe indiferente o tipo de solo. Distribui-se pelo sul da Europa e norte de África.
A Carlina corymbosa é uma planta perene provida de um rizoma, ou seja, um caule subterrâneo surpreendentemente grosso e profundo, do qual despontam as raízes.

Os caules, geralmente ramificados na parte superior, são eretos e de altura muito variável, podendo ir dos 10 aos 50 cm.


As folhas, sem pecíolo, são coriáceas, de forma lanceolada, muito recortadas e de margens dentadas, fortemente armadas de espinhos; as folhas basais dispõem-se em roseta, as caulinares de forma alternada.




As flores, amarelas, reúnem-se em inflorescências do tipo capítulo que aparecem solitárias no topo dos caules ou em grupos densos. Os capítulos não têm pedúnculo ou têm pedúnculos curtos, os quais não se vêm pois ficam tapados pelas brácteas.



Da forma que caracteriza as espécies da família das Asteraceae/Compositae, as flores de Carlina corymbosa são inúmeras mas muito pequenas e estão reunidas num receptáculo em forma de disco, o que dá ao conjunto o aspeto de um malmequer.
Esquema do capítulo da Carlina corymbosa
Na maioria das espécies da família das Asteraceae/Compositae, devido a uma economia de esforços, as flores do centro do disco/recetáculo são curtas e tubulares enquanto que as da periferia se prolongam em lígulas, em forma de pétalas. No entanto, na Carlina corymbosa todas as pequenas flores são tubulares e compridas.


Todas as flores que formam os capítulos são formadas por um tubo que se abre para o exterior por 5 lóbulos, formando minúsculas estrelas.


O conjunto de flores reunidas no capítulo está protegido por um invólucro composto por 3 tipos de brácteas retas (não curvadas), dispostas em estrela e que são a característica mais interessante deste género:

ü  Brácteas interiores , semelhantes a lígulas (pétalas), longas e pontiagudas, de textura membranosa e de cor dourada;
ü  Brácteas médias, coriáceas, quase lenhosas e de cor acastanhada;
ü  Brácteas exteriores, semelhantes a folhas.

A Carlina corymbosa floresce e frutifica de finais de junho a agosto. Os frutos são pequenas cipselas com papilho de plumas, os quais são disseminados pelo vento.


Fotos: Caniçal / Lourinhã



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Reichardia gaditana (Willk.) Samp.

Reichardia gaditana
A Reichardia gaditana pertence à familia das Asteraceae ou Compositae tal como muitas outras espécies já apresentadas neste blog. Contudo, que não se diga que esta é apenas mais uma entre tantas flores de cor amarela que alegram os nossos campos e areais nesta época do ano. Na realidade, a Reichardia gaditana destaca-se entre todas, pelas suas admiráveis flores douradas, rodeadas de brácteas membranosas e muito peculiares.

 É uma planta herbácea, bienal ou perene, ramificada a partir da base, com caules eretos e curtos, desprovidos de pelos e que podem atingir de 30 a 50 cm de altura.

As folhas são acinzentadas e possuem bordos dentados e espinhosos. As que nascem junto à base são de forma oblongo-lanceoladas terminando em curva e estreitando-se na base para formar um pecíolo curto, com uma aba arredondada que abraça o caule. As folhas caulinares são semelhantes e também envolvem parcialmente o caule, mas não têm pecíolo.

As inflorescências da Reichardia gaditana estão dispostas em capítulos, daquela forma tão característica da família das Asteraceae/Compositae. Nesta família as flores são muito reduzidas e numerosas e apresentam-se agrupadas de forma muito compacta diretamente sobre um recetáculo em forma de disco central. As flores que estão na periferia deste disco têm um prolongamento em forma de pétala a que se chama lígula. O conjunto das pequeníssimas flores e das lígulas assemelha a inflorescência a uma flor “normal” e torna-a muito vistosa e atrativa para os insetos. Além disso,  existe uma manifesta e notável estratégia de economia, uma vez que apenas algumas flores perdem energias produzindo pétalas enquanto as outras se concentram em produzir sementes.

Na Reichardia gaditana os capítulos estão inseridos sobre pedúnculos compridos e engrossados no ápice os quais são desprovidos de escamas, pelos ou sedas interflorais. As flores têm lígulas de cor amarelo-dourado e purpurescente na base e as externas são também vermelhas por fora.


Toda a estrutura de cada capítulo está envolvida por brácteas que são folhas modificadas com função de proteção, tal como as sépalas nas flores “normais. As brácteas da Reichardia gaditana são muito numerosas e estão dispostas em várias filas, com a margem membranácea, tendo as externas uma ponta curta e rígida.

A planta floresce de abril a junho.

Os frutos sao aquénios, ou seja pequenos frutos secos rugosos, rematados por um penacho de pelos.

A Reichardia gaditana vive nas areias e rochedos do litoral. Nas dunas surge ao longo de todo o sistema de dunas fixas do interior. Distribui-se pela Peninsula Ibérica e Norte de África.

Fotos - Areal Sul/Areia Branca-Lourinhã