O Limonium ferulaceum é um pequeno arbusto perene que pertence à família botânica das Plumbaginaceae e ao género Limonium, constituído por mais de 400 espécies, centradas a oeste do mediterrâneo. Habitam zonas costeiras, arribas marinhas e muitas vezes pântanos salgados.
Algumas espécies de Limonium são halófitos, como é o caso do Limonium ferulaceum, isto é, são plantas que estão adaptadas a ambientes com elevada concentração de sódio, permitindo-lhes sobreviver em zonas alagadas de água salobra.
No Caniçal, os Limonium ferulaceum vivem em terreno seco, nas arribas. Aqui o solo não é alagado mas o mar também cá chega, sob a forma de chuviscos carregados de partículas de sal, que a forte nortada arrebata da crista das ondas.
O Limonium ferulaceum tem a capacidade de acumular grandes quantidades de sais que depois são eliminados juntamente com os órgãos que os armazenam, como por exemplo as folhas.
O mais interessante é que o Limonium ferulaceum não só consegue viver em ambientes carregados de cloreto de sódio como também necessita destes sais para se desenvolver. Estes são os chamados halófitos obrigatórios. Há ainda espécies que preferem sais e são designadas como halófitos preferenciais; outras toleram o sal e como tal são halófitos de subsistência.
Nas arribas do Caniçal o Limonium ferulaceum vive paredes meias com outra espécie do mesmo género, o Limonium virgatum e ambos até florescem praticamente na mesma época do ano. No entanto estas espécies podem ser facilmente diferenciadas: a primeira tem raminhos densamente ramificados e floridos que partem diretamente solo, enquanto que a segunda tem ramos esguios e despidos que nascem de um conjunto de folhas basais, dispostas em roseta (ver post do dia 13 de julho 2011).
No entanto é preciso atenção para não confundir o Limonium ferulaceum com a Frankenia laevis (ver posts dos dias 08 e 13 de fevereiro 2011) que também é um halófito, embora de hábito prostrado.
O Limonium ferulaceum forma um arbusto anão, que pode ir até 40 cm de altura, densamente ramificado desde a base, com tufos densos de ramos floridos que nascem a partir de um rizoma.
Os caules são prostrados na base e ascendentes na extremidade, ficando levemente arqueados. São também muito finos, lenhosos e divididos em porções articuladas e cilíndricas, que com o tempo tomam uma cor avermelhada.
As folhas estão reduzidas a numerosas escamas dispostas em espiral densa, de forma a perderem o mínimo de água possível através da transpiração. Estas escamas são laminares, membranáceas, mais ou menos achatadas e dispostas de forma imbricada, ou seja, sobrepostas tal como as telhas de um telhado.
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