O Cirsium vulgare é uma espécie que pertence à família das Asteraceae/Compositae e ao género Cirsium (ver aqui). Distribui-se por grande parte da Europa, algumas regiões da Ásia e também pelas montanhas do Atlas, no noroeste africano. Foi introduzida noutras paragens, nomeadamente na Austrália e continente americano, onde prolifera e é temida como erva daninha e invasora.
O Cirsium vulgare é uma planta herbácea, bianual, muito vulgar em Portugal e que se destaca pelas suas vistosas cabeças florais. No seu todo, é grande e vigorosa, podendo atingir os 2 m de altura. Espalha-se rapidamente, formando densas colónias e dificultando o desenvolvimento de outras espécies.
A raiz principal é profunda e carnosa.
Esta espécie forma uma roseta de folhas basais no primeiro ano do seu ciclo vegetativo e é apenas no segundo ano que surgem as hastes florais.
O caule principal é ereto, geralmente ramificado na metade superior, estriado, quase lenhoso e alado em todo o seu comprimento ou seja, apresenta uma expansão lateral ao longo do caule, em forma de folha e provida de espinhos.
Os caules estão cobertos por um indumento de pelos muito finos, macios e flexíveis, ligeiramente entrecruzados.
As folhas são fortemente espinhosas, e profundamente lobadas, com o segmento final em forma de espada. As folhas basais não têm pecíolo definido e as caulinares, dispostas de forma alternada, crescem com a base do limbo a prolongar-se ao longo do caule. A página inferior das folhas é áspera ou coberta de pelos brancos.
O invólucro de brácteas tem forma quase esférica e possui pelos longos, finos e macios, dispostos esparsamente. As brácteas que compõem o invólucro são imbricadas, isto é, estão sobrepostas tal como as telhas de um telhado e terminam com um espinho.
As flores de Cirsium vulgare são muito ricas em néctar pelo que são visitadas por numerosos insetos polinizadores, entre os quais abelhas e borboletas.
Nesta região o Cirsium vulgare floresce e frutifica de maio a agosto.
É uma planta comestível. Podem comer-se as folhas basilares durante o primeiro ano de crescimento, em saladas ou cozinhadas, desde que se lhe retirem os espinhos. Também a raiz, enquanto tenra, pode ser comida crua ou cozinhada. Os rebentos jovens podem ser comidos como se fossem aipo ou cozinhados como espargos, durante o início do segundo ano da planta.
Fotos: Arribas da Praia do Caniçal/Lourinhã
Tal como a maioria das plantas silvestres, o Cirsium vulgare tem sido utilizada em medicina caseira devido às suas propriedades medicinais, sendo especialmente indicado em problemas gástricos, indigestão e problemas respiratórios. Tempos houve em que esta planta era utilizada como remédio para todos os males, reais e imaginários, pelo que muitas vezes é apelidado de Cardo-santo.
Mais uma vez gostaria de referir que todas as plantas medicinais devem ser consumidas com muita precaução e em doses moderadas pois quase todas as espécies têm algum grau de toxicidade.
Olá fiquei interessada na postagem.
ResponderEliminarAqui em São Caetano do Sul - São Paulo temos um exemplar em nossa horta (cultivo espontâneo) e estamos no 1° ano de cultivo dela, deixamos crescer para pesquisar que planta era, gostaria de saber de como utilizá-la na alimentação. Alguma dica de receita?
Gratidão!
Olá Ana,
EliminarOs cardos dão um pouquinho de trabalho a arranjar mas vale bem a pena porque são deliciosos. Pode encontrar algumas sugestões sobre a melhor forma de retirar os espinhos no seguinte endereço: http://floresdoareal.blogspot.pt/2011/07/scolymus-hispanicus-l.html.
No caso do Cirsium vulgare podem comer-se o veio central das folhas, os caules mais jovens e até as raízes. Necessitam de ser cozidos previamente durante 30 a 40 m misturando na água uma ou duas colheres de farinha para ficarem tenros e brancos . Depois podem cozinhar-se como se de outro legume se tratasse, misturando com carne ou ovos, em jardineira ou gratinado no forno com muito queijo… Delicioso!
Um abraço
Fernanda
Gostaria de saber quais as enfermidades que está planta serve e como usar, tem muito aqui em minha região
ResponderEliminarSegundo pesquisa científica essa Planta é hepatoprotetora cirrose, fibrose, úlcera, cardiovasculares,estimula imunidade.
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