A Myoporum laetum,
espécie originária da Nova Zelândia, pertence à família Scrophulariaceae e ao género Myoporum. É um arbusto que, desde que
disponha do espaço, pode crescer até aos 10 metros de altura ou mais, tomando o
aspeto de uma árvore de copa arredondada e espessa.
Foi introduzida com grande
sucesso no litoral de Portugal, com fins ornamentais, sendo utilizada em sebes
vivas por ser de crescimento muito rápido e aguentar bem as podas. É também
resistente à seca, à salinidade e aos ventos fortes, podendo viver em solos
arenosos. Por outro lado beneficia das temperaturas mais suaves características
dos invernos costeiros pois não aguenta geadas.
Em tempos não muito distantes a
Myoporum laetum tornou-se muito
popular em certas estâncias de veraneio do litoral, tendo sido plantada entusiasticamente
em redor de vivendas, parques de campismo e afins. Para tal contribuíram os
viveiristas de plantas que promoveram esta espécie como substituto de outras
mais dispendiosas e de crescimento mais lento, nomeadamente o buxo. Com o
passar dos anos a Myoporum laetum
perdeu a sua popularidade pois o seu rápido crescimento levou ao engrossamento
dos seus ramos tornando as sebes menos compactas, ficando por vezes nuas na
base.
Algures no tempo a planta assilvestrou-se pelo que agora podemos encontra-la naturalizada e convivendo com a flora local, em pequenos bosques, na
beira dos caminhos e até em áreas urbanas. Apesar da presença dominante desta espécie em
certos locais do país, tal parece dever-se principalmente ao seu cultivo de
forma exagerada, numa determinada época. Em alguns países, no entanto, a planta é
considerada invasora como acontece nos Estados Unidos, nomeadamente no estado
da Califórnia.
Sendo um arbusto, a Myoporum laetum apresenta-se ramificado desde a base, podendo
alguns dos caules fundir-se formando um único tronco aparente. Os caules e ramos
jovens são lisos e de aspeto robusto, enquanto os mais velhos apresentam casca mais
grossa, rugosa e fissurada ficando, por vezes, distorcidos e quebrados em virtude do
peso que suportam.
As folhas, membranáceas
e sem pelos dispõem-se nos caules de forma alternada; têm forma lanceolada, elíptica,
ou obovada estreitando-se na base em direção ao pecíolo e apresentam um ápice
agudo e ligeiramente curvo (acuminado); a margem é inteira, por vezes
serrilhada na parte superior, sobretudo em folhas mais jovens.
As folhas da Myoporum laetum são de cor verde
brilhante e na página superior apresentam múltiplas glândulas puntiformes e
translucidas, por vezes visíveis à vista desarmada e que libertam uma
substancia toxica especialmente prejudicial para animais, principalmente
bovinos, ovinos e caprinos, que possam inadvertidamente ingerir as folhas após
a queda de ramos durante temporais ou depois das podas.
Aliás a palavra que designa o género
deste arbusto Myoporum deriva do grego e alude precisamente às glândulas existentes
nas folhas.
As folhas esmagadas são
por vezes utilizadas como repelente de insetos.
As flores da Myoporum laetum estão providas de órgãos reprodutores masculinos e femininos funcionais e dispõem-se no topo de pedicelos finos, a partir das axilas das folhas.
As flores podem ser solitárias ou dispor-se em cimeiras densas com 5 a 10 flores campanuladas.
Cada flor, de
tamanho diminuto, tem 5 pétalas brancas de formato arredondado, peludas no seu
interior e completamente salpicadas por inúmeras manchas de cor purpura.
As 5
sépalas que formam o cálice são triangulares e sobrepõem-se ligeiramente na
base. Os 4 ou 5 estames são bastante salientes e peludos.
Os frutos, reunidos em cachos, são carnudos, ovoides ou globosos.
Inicialmente de cor verde, os frutos tomam a cor purpura escuro quando maduros.
No interior dos frutos encontra-se um pequeno caroço de consistência óssea dentro do qual
se encontra a semente. Os frutos são comestíveis e geralmente muito docinhos.
Sinonímias:
- Myoporum tenuifolium auct., non G. Forst., Fl. Ins. Austr.: 44 (1786)
- Myoporum acuminatum auct., non R. Br., Prodr.: 515 (1810)
- Myoporum tenuifolium auct., non G. Forst., Fl. Ins. Austr.: 44 (1786)
- Myoporum acuminatum auct., non R. Br., Prodr.: 515 (1810)
Fotos - Serra do Calvo / Lourinhã
Mióporo!
ResponderEliminarDesejo há muito identificar esta planta.
Barra, Costa Nova, Mira, Tocha, … Convivendo com o autóctone tamarix, o mióporo é omnipresente nas praias que frequento. Como poucas árvores, ambas resistem bem ao ambiente próximo do mar.
Obrigado pela identificação.
Pois é Rafael, é sempre uma enorme satisfação quando conseguimos uma identificação há muito desejada!
ResponderEliminarSerá que me sabe indicar onde posso adquirir este arbusto para plantar uma sebe?
ResponderEliminarIsabel,
EliminarA melhor hipótese é contactar um viveiro de plantas na sua região. Se morar em Lisboa ou arredores posso recomendar Jardins Sintra que têm sempre um grande de variedade de arbustos.
Pois aqui onde moro, Mafra os viveiros não vendem..... Obrigada
Eliminarem caneças vendem ( horto do Rossio)
EliminarEu cultivo esta espécie com sucesso em Ovar. Comprei nos viveiros Gigagarden, Guia, Algarve
ResponderEliminarRafael,
EliminarObrigada pela informacao. Pode ser que a Isabel a possa aproveitar.
Ola bom dia, quem poderia me dar uma informação : quantas maneira se pode fazer a reprodução desta planta, ja ouvi dizer que por estaca, e outra pessoa disse que nao so por semente, alguem consegue ter a certeza por favor.?
ResponderEliminarIlustre desconhecido UnKnown, bom dia
EliminarExiste pouca informação sobre a reprodução desta espécie mas tanto quanto sei ela só se reproduz por semente. Germina muito facilmente e cresce rapidamente.
Cumprimentos/Fernanda
Ilustre desconhecido UnKnown, bom dia
EliminarExiste pouca informação sobre a reprodução desta espécie mas tanto quanto sei ela só se reproduz por semente. Germina muito facilmente e cresce rapidamente.
Cumprimentos/Fernanda
Desculpem, mas esta espécie pega muito bem de estaca. Colhi 6 estacas e pegaram todas. Em 2 anos formaram uma sebe. É tal e qual como as roseiras. Em setembro escolham pontas com nós, das mais escuras, cortem na diagonal e metam uns dias em água. Quando tiver raiz passem para a terra.
EliminarOla Unknown,
EliminarAgradeco a sua informacao que é confirmada pela sua experiencia. Aqui fica a partilha de conhecimento para quem dela necessitar
Carissimos,
ResponderEliminarResido em Évora, plantei em NOV16 150 pés de 30 cms de myoporos, que cresceram cerca de 1mt até á data, atualmente verifico que alguns pés as folhas do meio estão amarelas. qual será o sintoma
Rui Costa Reis,
EliminarMuito gostava de o ajudar mas acho que terá de recorrer a um engenheiro agrónomo, por exemplo ou alguem do lugar onde comprou as arvorezinhas. Vai concerteza encontrar ajuda especializada.
Boa tarde, alguém sabe dizer se as flores deste mióporo atraem as abelhas?
ResponderEliminarSim, atrai borboletas, abelhas e passaros
Eliminarhttps://davesgarden.com/guides/pf/go/56648/#b
Obrigado Fernanda :)
EliminarBoas,tenho em meu jardim alguns exemplares desta espécie de planta,estou perdendo uma por uma já morreram várias,aparentemente estão sofrendo um ataque de fungo pela raiz(numa planta morta observei uma substancia branca semelhante a algodão e um parasita minúsculo semelhante a uma centopeia do tamanho de um grão de areia fixos na raiz)alguém pode me ajudar a identificar esse problema e como solucionar?
ResponderEliminarMeu Deus, isso é terrível. Substancia branca parecida com algodão só conheço a cochonilha. por estranho que lhe pareça eu já tratei orquídeas com cochonilha na raiz com lixivia. Resultou e as plantas não morreram. Mas quanto às suas árvores não tenho conhecimentos que possa partilhar consigo. Náo tem nenhuma cooperativa agricola na zona? Eles costumam ter um engenheiro agrónomo nos seus quadros. Talvez a Agriloja? Boa sorte.
EliminarBoa noite Fernanda D. obrigado pela dica,vou procurar um profissional no assunto antes que eu perca todas as plantas,obrigado.
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