A
Cakile marítima é mais uma planta
colonizadora dos litorais portugueses. Distribui-se por quase toda a Europa temperada
mas principalmente por toda a região mediterrânica, incluindo o norte de África.
Foi também introduzida na América do Norte onde tem prosperado e é considerada
uma espécie invasora.
Cresce na areia, na primeira linha da costa, entre as
dunas em formação e a faixa mais recuada das praias onde se depositam os
detritos orgânicos (ex: algas) trazidos pelas marés e que enriquecem
temporariamente o solo.
É, pois, uma
planta halófita, ou seja, perfeitamente adaptada ao meio salino onde vive,
tendo a capacidade de acumular água nas suas folhas de aspeto carnudo para
compensar as altas concentrações de cloreto de sódio a que está exposta.
A Cakile marítima pertence às Brassicaceae, grande família botânica de
grande importância económica, também denominada Cruciferae. Nesta família incluem-se espécies fundamentais na alimentação
humana, como por exemplo as couves, a mostarda, o agrião, os rabanetes ou os
nabos. Esta família é composta por cerca de 3200 espécies agrupadas em 350 géneros,
um dos quais o género Cakile a que
pertence a espécie Cakile marítima.
A Cakile maritima é uma planta
anual que forma pequenas moitas de caules eretos ou prostrados, sem pelos e
carnudos, os quais ramificam desde a base da planta.
A raiz é comprida
e fina.
As folhas são carnudas, pecioladas, dispostas de forma alternada, profundamente divididas em lóbulos inteiros e de formato elíptico, com margens sinuadas e ligeiramente engrossadas.
Para diminuir a transpiração a superfície das folhas está provida de uma forte cutícula o que lhe dá um aspeto brilhante.
As flores, polinizadas por abelhas, moscas, borboletas e outros insetos, são brancas ou ligeiramente rosadas e dispõem-se em cachos pouco densos.
A corola é constituída por 4 pétalas dispostas em cruz, como aliás é característica comum a todas as espécies das Brassicaceae/Cruciferae.
As sépalas são também 4, de ponta arredondada e margens membranosas.
Os estames
agrupados em redor do estigma são 6, sendo 2 curtos e 4 longos. As flores possuem
órgãos reprodutores femininos e masculinos funcionais os quais dão origem a
frutos secos, designados por síliquas.
As síliquas são frutos estreitos e
longos formados por dois lóculos, o inferior mais curto mas largo no ápice e o
superior, mais longo, com ápice agudo e comprimido; estes dois lóculos estão
separados por um septo plano (tipo pelicula) e é nele que se inserem as
sementes.
Na maturação o fruto abre-se separando-se estas duas valvas, ficando
o septo preso ao pedicelo, expondo as pequenas sementes pardas. As sementes são
dispersas pelo vento, podendo flutuar na água durante bastante tempo até que as
correntes as tragam de novo para terra e encontrem local adequado para
germinarem.
A Cakile
marítima floresce e frutifica por largos meses, geralmente desde a
primavera até ao final do outono.
Olá Fernanda.
ResponderEliminarGostava muito de entrar em contacto consigo.
Estou deliciado com o seu blog.
Obrigado.
Mais um "post", mais uma lição. Parabéns, Fernanda.
ResponderEliminarFernanda,
ResponderEliminareste verão, quando for à praia, estarei mais atento à flora dunar.
Cumprimentos.