segunda-feira, 6 de junho de 2011

Centaurea sphaerocephala L. polyacantha (Willd.) Dostál

Centáurea-de-cabeça-redonda


A Centaurea sphaerocephala é uma planta herbácea, semelhante a um cardo e endémica da Península Ibérica. Pertence á família botânica das Asteraceae ou Compositae e ao género Centaurea o qual inclui quase 500 espécies de cardos ou plantas semelhantes a cardos. Muitas delas estão centradas na região mediterrânica, sendo 26 espécies nativas do nosso país e das quais 5 são endémicas de algumas regiões de Portugal.

As Centaurea são espécies muito decorativas e utilizadas muitas vezes como plantas ornamentais, em jardins. Uma das características comuns a este género é o facto de serem grandes produtoras de néctar sendo por isso muito visitadas por insetos, destacando-se as abelhas que o incluem na sua produção de mel. As Centaurea são também utilizadas como alimento pelas larvas de algumas espécies de borboletas.
Centaurea sphaerocephala é uma planta perene embora perca a parte aérea durante o inverno. Os caules são ascendentes mas tenros, simples ou ramificados, geralmente peludos, formando pequenas moitas que podem atingir os 50 cm de altura.


As folhas são ligeiramente peludas e apresentam várias formas. As inferiores são mais ou menos divididas, com lóbulos pontiagudos, toscamente dentados, com o segmento terminal arredondado e muito maior do que os laterais, os quais diminuem gradualmente de dimensões na direção da base da folha. As folhas superiores são geralmente dentadas, mas inteiras.
As flores, muito vistosas, aparecem a partir de abril e agrupam-se em cabeças solitárias nos extremos dos caules, em inflorescências do tipo capitulo, tal como acontece com quase todas as plantas da família Asteraceae ou Compositae.
O capítulo é um tipo de inflorescência que se caracteriza por apresentar muitas flores de tamanho reduzido, agrupadas de uma forma muito compacta diretamente sobre um recetáculo em forma de disco. As flores que se colocam na periferia deste disco apresentam um prolongamento para o exterior em forma de pétala (lígulas), o que dá ao conjunto o aspeto de uma flor normal.
Toda esta estrutura está envolvida por brácteas que são folhas modificadas com a função de proteger toda a estrutura acima descrita.
O capítulo assemelha-se, pois, a uma só flor, mas na realidade é constituído por um agregado de inúmeras pequenas flores, em que apenas as flores externas gastam energias para produzir lígulas, o que é suficiente para tornar todo o conjunto atrativo para os polinizadores. Esta estratégia é basicamente uma forma de poupança de esforços pois através da divisão de tarefas todos os órgãos são beneficiados e a planta pode concentrar-se na produção de sementes.


As flores do capitulo da Centaurea sphaerocephala são tubulares e em tons rosa e púrpura.

As flores externas são muito grandes devido às extensão dada pelas lígulas e são estéreis enquanto que as internas são insignificantes mas férteis.

Nesta espécie o capitulo está protegido por uma espécie de botão floral que é formado pelo conjunto das brácteas, chamado invólucro. Este é globoso e está coberto por um indumento constituído por pelos muito finos, macios e flexíveis, ligeiramente entrecruzados.
As brácteas deste invólucro são semelhantes a escamas que se dispõem em camadas muito aderentes e sobrepostas tal como as telhas de um telhado. As brácteas das camadas exteriores apresentam núcleos de espinhos, os quais se dispõem como as varetas de um guarda-chuva.


Esta planta produz um fruto seco com uma só semente e cuja extremidade apresenta uma coroa de pelos chamado papilho. Este fruto designado por cipsela é habitualmente disperso pelo vento ou através dos animais.
Esta planta vive em zonas arenosas, dunas e matagais do litoral. 

Nota :
É importante não confundir esta planta Centaurea sphaerocephala que é do género Centaurea e família Compositae/Asteraceae, com as plantas do género Centaurium e familia Gentianaceae, como por exemplo a Centaurium tenuiflorum  ou a Centaurium erythraea.

Fotos: Dunas do Areal Sul/Lourinhã


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