domingo, 3 de abril de 2011

Senecio gallicus Vill. in Chaix

Senecio gallicus

Ano após ano, logo que se anuncia a primavera, os campos enchem-se de pequenas flores amarelas do tipo malmequer. À primeira vista parecem todas iguais mas se olharmos mais atentamente repararemos que podem ter características bem diferentes.


Uma dessas espécies de flores amarelas que tanto alegram as nossas paisagens nesta altura do ano é a Senecio gallicus, planta anual pertencente ao género Senecio e à família botânica das Asteraceae. Asteraceae é a família botânica com o maior número de espécies entre as plantas cujas sementes estão protegidas por frutos, também conhecida por Compositae. Muitas espécies desta família são utilizadas na alimentação humana devido ao seu valor biológico, como por exemplo o girassol e a alface.

A Senecio gallicus é uma daquelas espécies que coloniza habitats onde as condições ambientais são difíceis devido à sua instabilidade, tais como areias marítimas, terrenos removidos e campos de cultivo. Distribui-se do norte ao sul da Europa e norte de África.

É uma planta herbácea que pode ir dos 10 aos 35 cm de altura. O caule é ereto, sem pelos e normalmente ramificado.

As folhas são relativamente carnudas e muito divididas em segmentos estreitos e dispõem-se no caule de forma alternada.

A Senecio gallicus tem inflorescências que agrupam diversas flores de uma forma que se denomina capítulo.


O capítulo caracteriza-se por apresentar muitas flores de tamanho reduzido, agrupadas de uma forma muito compacta diretamente sobre um receptáculo em forma de disco. As flores periféricas deste disco prolongam-se para o lado de fora, formando uma espécie de pétalas, denominadas lígulas.

Toda esta estrutura está envolvida por brácteas que são folhas modificadas, com função de proteção e que aqui exercem uma função análoga às sépalas das flores simples.

Desta forma cada capítulo aparenta ser uma única flor embora seja constituído por um agregado de flores diferentes, com funções diferentes mas que se complementam. Assim sendo, são poupados esforços uma vez que apenas algumas flores gastam energias produzindo pétalas. O resultado final é excelente pois esta estratégia torna as flores muito atrativas para os insetos polinizadores. As flores do interior do disco são tubulosas e hermafroditas visto que possuem órgãos funcionais femininos e masculinos. As flores periféricas são femininas e estéreis. Tanto as flores do disco como as lígulas são de cor amarela.


Esta planta produz um fruto seco com uma só semente, designado por cipsela. Este fruto é normalmente disperso pelo vento, ou por animais através da ajuda do papilho que é uma estrutura derivada das sépalas e que consiste numa coroa de pelos que se insere numa das extremidades do fruto.
Floresce de março a outubro.

Fotos - Areal Sul e Caniçal/Lourinhã


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