sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sedum sediforme

Neste final de Inverno, são já muitas as espécies que despontam dos solos arenosos das dunas do Areal Sul - Areia Branca e também dos solos argilosos das arribas da Praia do Caniçal, preparando-se alegremente para completar o seu ciclo vegetativo. Interessante notar que animais e plantas trabalham aqui arduamente para cumprirem as suas tarefas, sem exigências nem reclamações, antes tentando aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. São, de facto uma grande lição de vida.

A planta que, de entre tantas, escolhi para o post de hoje é a Sedum sediforme, vulgarmente chamada erva-pinheira ou erva-pinheira-enxuta. Há ainda quem a conheça pelo nome de pinheirinho-das-areias.

É uma planta da família das Crassuláceas que compreende mais de 1500 espécies. São plantas mais ou menos carnudas, herbáceas ou arbustivas.
As espécies desta família são usadas como alimento pelas larvas de várias espécies de borboletas como por exemplo a Lepidoptera.

Sedum sediforme é uma planta perene, de cor verde-azulado e sem pêlos. Pode tornar-se avermelhada pela acção do sol. As raízes são finas. Os caules lenhosos são prostrados na base, e depois ascendentes.

As folhas são persistentes e carnudas, de forma triangular-ovada, oblonga, sempre mais largas na base e com uma pequena ponta rígida no ápice.





As flores, de cor amarelo-pálido, estão reunidas num corimbo ou seja, uma inflorescência disposta em cacho em que as flores se situam mais ou menos ao mesmo nível. O corimbo  não tem brácteas e é erecto antes da floração.

Os frutos são folículos dilatados em cujo interior se encontram as sementes oblongas e de ápice agudo.

Floresce de Junho a Setembro.
A Sedum sediforme distribui-se por toda a região Mediterrânica, Centro e Sul  da Europa.

De notar que, como todas as espécies deste género, é uma planta muito bem adaptada à seca devido à sua capacidade de armazenar água no caule e nas folhas. Estas têm disposição imbricada,  para menor exposição ao sol e aos ventos. Por outro lado e como forma de controlar as perdas de água, a Sedum sediforme só abre os estomas durante a noite. Os estomas são pequenas aberturas localizadas na epiderme da maioria dos órgãos aéreos da planta, através dos quais ela faz as trocas gasosas.

Fotos: Dunas do Areal Sul/Lourinhã



4 comentários:

  1. Sim senhor!
    Boa apresentação!
    Boas fotografias(muito profissionais).
    Os textos ainda não os consegui ler todos, mas fico abismada pelo seu nível de conhecimento!
    Ainda por cima tem tanto mar, que eu adoro!
    Deixo aqui um desafio: porque não, mais tarde, vir um pouco mais para Norte até S. Bernardino?
    PARABÉNS PELA INICIATIVA!

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  2. Olá,gostei muito tb
    Será que o sedum se adapta bem em qualquer região?
    Obrigado.
    Artur

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    Respostas
    1. Olá Artur,
      Não sei qual a região que tem em mente mas o Sedum sediforme não é difícil de cultivar uma vez que disponha de condições semelhantes aquelas acima descritas, isto é, gosta de terrenos leves e secos, alguma agua e sol. Também pode cultivar-se, com êxito, em vaso.
      Cumprimentos
      Fernanda

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